segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mais uma deliciosa história: ♡

“Never, never, never, give up!!!”


Ela estava sozinha havia 8 meses, ele há um pouco mais, não sabia precisar. Tinham-se conhecido por acaso, numa noite de primavera, amigos em comum, casualidade, circunstância premeditada…também não sabia dizer, nem tão pouco explicar. Tinha acontecido, como acontecem aquelas coisas que surgem de mansinho e se entranham na nossa vida. Era bom como os cheiros da nossa infância, como o sol de fim de tarde que não nos queima a pele mas embala e faz sorrir, como abraços apertados e verdadeiros que nos mimam e confortam, como a brisa quente e a saber a sal de fins de tarde no nosso rio, era simples e ela sempre acreditou que a felicidade estava nas coisas simples.
Ela estava a passar por um período de luto, fruto do fim de um relacionamento difícil pautado por muito amor, muita entrega, muita desilusão. Não queria voltar a acreditar, não queria apaixonar-se, não queria gostar, não queria tão pouco amar. Disponível, mas sentimentalmente enclausurada. A amizade que os uniu desde o primeiro momento crescia de dia para dia, aos olhos deles era só isso, amizade, aos olhos dos outros era algo mais, muito mais! Eram confrontados e desmentiam, ela nem aceitava que não compreendessem que entre um homem e uma mulher podia existir somente amizade e cumplicidade desmedida, apenas isso, em tudo desmedida, por ele tudo, por ela também.
O episódio que se segue talvez seja aquele em que ela se apercebe que o ama, em que invés de sentir alegria, o coração se lhe invade de pânico e tristeza.
Recebeu um convite para jantar de um homem em tudo adequado à sua maneira de ser, educado, charmoso, intelectualmente estimulante… Aceitou, preparou-se, vestiu-se, maquilhou-se…voltou atrás, desculpou-se com uma enxaqueca, não foi.
Ele, o amigo, mandou-lhe uma sms a perguntar como estava a decorrer, ela mais uma vez se desculpou, não tinha ido, estava com enxaqueca. Não acreditou nela, ligou, a medo ela atendeu, medo porque sabia como ele a conhecia, como ele era capaz de sentir o que se passava com ela à mínima vibração da sua voz.
Ele percebeu, 10 minutos depois estava à sua porta, de pijama, mandou-a descer, entrar no carro, arrancou…apanhar ar…porque o ar é de todos!
Pararam à beira-rio, em silêncio, sem uma única palavra, apenas e só aquela musica de fundo, foi ai que ela olhou para ele e percebeu, era por isso que não conseguia, aquele que amava estava ali, sempre presente, sempre consigo. Tentou controlar-se mas o pânico que lhe invadia o sangue foi mais forte, os olhos ardiam, a garganta estava seca e foi impossível de aguentar…uma torrente de lágrimas invadiu-lhe o rosto, chorou descontrolada, sem uma palavra, silêncio… Ele ouvia-a chorar, deixou-a chorar, sem uma palavra, silêncio…
Terminou, o carro arrancou…silêncio.
Chegaram à porta de casa dela, apenas um sorriso, cumplicidade, mas uma cobardia imensa de demonstrar o que sentiam, medo de perderem a amizade que os unia, nesse dia ela teve a certeza que tinha nele aquilo que queria, que sempre quis, nesse dia ela teve a certeza que aquele era o homem da vida e para a vida!
Passaram dias, semanas, cada vez mais cumplicidade, partilha, saídas, jantares, compras, opiniões, vida de casal sendo apenas amigos…cobardia, simplesmente cobardia! Ele estava presente em todos os momentos, nos bons, nos maus, nas festas, nos lutos…amigos…somente amigos. Ela acreditava que o amor era só dela, que ele não tinha interesse a não ser a feliz amizade que os unia, sofria por isso, mas só a simples amizade, a presença, ele…faziam-na tão mas tão feliz, não queria estragar isso…jamais!
Surgiu o convite para saírem só os dois, sem os amigos, sem o grupo, já tinham saído várias vezes sozinhos, mas não seria igual, seria um jantar a dois, fora da cidade que os viu nascer, crescer, conhecerem-se, seria uma saída a dois, a saída de fim de verão. Foram, o coração não lhe cabia dentro do peito, estava tranquila mas ao mesmo tempo a felicidade era tanta que o peito parecia que ia explodir.
Jantaram, beberam, riram muito, juntos eram imbatíveis, não havia tristezas, não havia quem os parasse…juntos eram o mundo! Juntos foram dançar, beberam mais, riram mais, beijaram-se, ele beijou-a…ela morreu…cobardia, medo de que aquele beijo estragasse tudo o resto. Optou por esquecer, por se deixar levar, por aproveitar o momento, com o homem que sabia era o da vida e para a vida! Aproveitaram ao máximo e regressaram a casa, ela decidiu que nessa noite ainda não dormiriam juntos…não podia ser…medo. Beberam café nos dias seguintes, esplanadas com calor, olhares e sorrisos ainda mais cúmplices, carinhos e ela cada vez mais convencida de que…quem sabe…podia resultar. No fim de semana seguinte, numa festa em casa de uma amigo, juntaram-se novamente, beijaram-se novamente, no silêncio da noite e no fresco da piscina fizeram amor pela primeira vez. Parecia surreal, não estava acontecer, tudo perfeito demais, tudo simples, tudo maravilhoso… Mais uma semana se passou, mais cafés, sorrisos, cumplicidade, tudo sem conversa, a cobardia continuava presente, não haviam perguntas, sobre o que se passava entre os dois, sobre o que iria dar, sobre o facto de serem amigos e andarem enrolados…ela tinha medo de perguntar, tinha medo da resposta, tinha medo que tudo se perdesse. Voltaram a estar juntos no fim de semana seguinte, dormiram juntos, ela passou a noite em branco, só a olhar, a sentir-lhe a respiração, o cheiro da pele, a conhecer aquilo que não conhecia, a maneira dele dormir, a posição, a forma como respirava…tudo. Mais uma semana, mais um fim de semana, mais uma noite juntos, na casa dela, na cama dela que era sagrada e apenas um homem tinha conhecido, acordou e sentiu o abraço dele, sentiu pela primeira vez a força de tudo o que os unia, ela ia jurar que nesse dia tinha sentido amor, verdadeiro, puro…porque ele era o homem da vida e para a vida…ela tinha a certeza…foi a ultima noite que passaram juntos.

(Continua)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mais uma história! ♡


Já nos conhecia-mos de vista, já nos tínhamos cumprimentado uma ou duas vezes na escola. Ele e o melhor amigo dele. No ano seguinte ficamos na mesma turma, o ano inesquecível, o suposto último ano de Secundário. Eu, ele a quem vou chamar de Tiago, o melhor amigo dele e a minha melhor amiga.
Visto que na mesma turma existiam alunos com disciplinas diferentes, eu e ele tínhamos as mesmas, e o melhor amigo dele tinha outras, nós saímos mais cedo e acabávamos por ir lanchar enquanto a outra metade da turma tinha as outras aulas, depois íamos ter com eles outra vez no fim. Acabamos por passar horas juntos, conhecemo-nos melhor e ganhamos uma cumplicidade demasiado grande. Sabíamos as respostas um do outro, bastavam trocas de olhares para sabermos o que queríamos. 
Desde que o conheci que percebi que se algum dia tivéssemos alguma coisa, teria de o conquistar com muita calma. Era um rapaz, bastante maduro, mas ainda a crescer!
Um dia, o André, um dos meus melhores amigos perguntou se eu estava interessada nele, eu respondi que não, perguntou então se estava interessada em alguém, insistiu tanto, chateou-me tanto a cabeça com tantas perguntas que eu acabei por dizer que achava piada ao melhor amigo dele. Aquela resposta saiu-me da boca para fora, foi algo estupido, não percebi muito bem o porquê de ter dito aquilo, mas tinha que me escapar daquelas perguntas todas, e foi a primeira pessoa que me veio a cabeça! Talvez fosse a única forma de justificar o facto de passar tanto tempo com o Tiago sem demonstrar o meu interesse directamente nele. Isso acabaria com as perguntas e supostamente deixaria o André calado! (Ainda não sei se esta atitude foi a melhor ou a pior da minha vida, e no fim da história vão perceber porquê.)
Um dia estava eu, ele e o André, e o André decidiu pica-lo, e dizer que eu achava piada ao melhor amigo dele. Recordo como se fosse hoje o seu olhar quando ele lhe disse aquilo, pareceu que o mundo lhe caiu nos pés e que esta bola gigante decidiu dar ainda uns pulinhos em cima dos pés dele para se certificar que o magoava mesmo, e eu fiquei sem reacção porque percebi que o magoei sem querer e porque sei que o André não fez aquilo por mal, sei que ele fez aquilo por mim e pela minha felicidade, sei que ele não percebeu que eu lhe contei a história toda ao contrário. O meu melhor amigo não tinha culpa, porque eu é que lhe menti e ele só me queria ver feliz. 
A verdade é que entre mim e o melhor amigo do Tiago acabaram por começar a existir trocas de olhares, e tentei empurrar o Tiago para a minha melhor amiga, passei a chama-lo de futuro, porque seria o meu futuro “cunhado”.
Como é óbvio, eu rapidamente percebi que o melhor amigo do Tiago não era a pessoa certa para mim, era demasiado infantil, não me dava segurança, não me dava o que eu estava a procura. Tentei afasta-lo sem o magoar e consegui, até bem de mais! 
Passado uns tempos, o meu Mundo deu uma volta de 180º graus, tudo ficou virado ao contrário quando percebi que a minha melhor amiga e o melhor amigo do Tiago decidiram começar a namorar. Não porque sentia alguma coisa por ele (pelo melhor amigo do Tiago), mas sim porque me senti culpada, culpada porque há uns tempos atrás aquela resposta estupida, que não deveria ter saído da minha boca que devia estar mais vezes calada, tinha cruzado caminhos que não se deviam ter cruzado, e ainda por cima os nossos melhores amigos mudaram completamente, ficaram obsessivos um com o outro, só viam “amor” à frente!
E eu? Eu e o Tiago ficamos no mesmo barco, um bocadinho a sofrer pelas atitudes deles, mas também não os podíamos crucificar! Estavam, e ainda hoje estão apaixonados.
Hoje, quase dois anos mais tarde, ninguém sabe que eu menti ao André, nem mesmo o próprio.
Hoje, quase dois anos mais tarde, eu e o Tiago somos vistos como os namorados que não querem assumir que namoram. Conscientemente ou inconscientemente tentamos meter ciúmes um ao outro.
Hoje, quase dois anos mais tarde, eu e ele somos as pessoas mais cúmplices deste Mundo, já nem ligamos quando as pessoas nos tratam como namorados, porque já estamos habituados, quando entramos em lojas, se os funcionários nos tratam como: “Olhe o seu namorado (ou namorada) pediu para ir ver outra camisa!” Nós já nem nos damos ao trabalho de responder que não somos namorados e limitamo-nos a sorrir.
Hoje, quase dois anos de pois, a minha irmã trata-o por cunhadinho e tanto os meus como os pais dele acham que nós namoramos.
Hoje, quase dois anos depois, nós nunca nos beijamos, nunca aconteceu algo mais entre nós. Já passamos noites abraçados onde pura e simplesmente adormecemos, já passamos noites em concertos à chuva abraçados um ao outro, mas nada mais, porque somos ambos muito parecidos na forma de ser, porque somos ambos difíceis de conquistar, porque somos demasiado parecidos na forma como pensamos, porque ambos sabemos que se for para dar certo vai ter de ser com calma.
Na semana passada, fomos passear, pelos sítios do costume, numa “floresta” meia perdida no meio de uma cidade e ele disse-me: “Não te esqueças que sou eu o teu futuro, tu própria o dizias.”
Não sei as voltas que o Mundo vai dar, mas a verdade é que eu, apesar de não admitir a ninguém, tenho mais que certezas que no Futuro, não sei quando, mas sei que não é já, tu serás o meu Presente.

sábado, 19 de maio de 2012

sábado, 12 de maio de 2012


‎"Whatever you do in life will be insignificant, but it's very important that you do it, 'cause nobody else will. Like when someone comes into your life, and half of you says: 'You're nowhere near ready'. But the other half says: 'Make her yours forever'. Our fingerprints don't fade from the lives we touch.." Mahatma Gandhi - @ movie remember me

Será que estás preparado para amar? 
Não um comum amor… um amor diferente de amar os nossos irmãos, os nossos pais… porque esse sabemos que nunca irá acabar…esse é o verdadeiro amor para sempre!

O outro amor é aquele sentimento que te rouba o fôlego, que faz bater apressado o coração, que te faz voar a cada olhar, cada abraço…cada beijo…que te faz sorrir só de ouvir o som da mensagem a chegar… e sorrir de olhos fechados depois de lê-la…este faz adormecer a suspirar, sonhar a noite inteira e acordar com saudade… mas o amor é mais do que isto!

Será que estás preparado para dedicar a tua vida a outra pessoa, a dividir o bater do coração com alguém?
É talvez uma pergunta cada vez mais difícil de responder nos dias que correm.
Há tantos corações partidos…corações sem tempo…e corações como o teu.
Mas já pensaste que essa pessoa que tem igualmente esse órgão tão frágil dentro de dela e aceita dividir cada minuto da sua vida contigo é realmente alguém especial?

O nosso conselho é:
Não esperes que seja tarde de mais para dizer o que sentes.
Não esperes vê-la/o nos braços de outra pessoa e pensar, "podia ser eu a sentir o calor do seu corpo…o cheiro do seu cabelo… mas tive medo…" o medo que tu quiseres.

Partilha cada segundo da tua vida com essa pessoa, descubram-se, conhece cada pormenor que a/o torna especial, beija, abraça, ri, vive… vais ver que vai valer a pena! 

...e nunca te arrependas de não o teres feito.

terça-feira, 8 de maio de 2012

sexta-feira, 4 de maio de 2012

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Mais uma história! ♥


Vou contar-vos a minha história de amor... Mas que, de amor, tem pouco. Podia contar-vos a história da minha vida amorosa que começou quando eu tinha 17 anos e acabou quando eu tinha 26. Mas vou poupar-vos a esses altos e baixos e vou centrar-me no fim desta relação. Uma relação de casa montada a 200 kms da família, sem casamento porque nunca o quisemos, sem amigos por perto. Um arriscar numa cidade grande para tentarmos trabalhar nas áreas em que nos licenciámos. Um dia, ele pediu-me para eu sair de casa. Eu ignorei. Outro dia, e outro e outro... Até que eu desisti da relação e aceitei uma proposta de trabalho numa outra cidade. Saí de casa e aluguei um quarto. Passado uns meses, saí desse quarto e aluguei outro na cidade onde estava a trabalhar. Só queria distância daquela cidade, daquela realidade, daquela pessoa - daquela com quem eu achava que ia ficar para sempre. 

Adaptei-me bem à minha nova realidade depois de ter passado por momentos muito maus. Depois de muitas lágrimas choradas à custa de um desgosto valente, à custa de perceber que os sonhos se destroem com tanta facilidade... Chorei, esperneei, revoltei-me... Não queria ouvir falar em rapazes tão depressa, não queria saber de nada. E estava conformada. No meio onde trabalho não há homens. Amigos do sexo oposto também não tinha... Só um acaso me poderia fazer conhecer alguém. Mas a vida troca-nos as voltas e por mais que eu achasse que ninguém ia olhar para mim - sim, porque eu não sou aquela rapariga bem vestida e arranjada, eu sou do estilo prático, muitas vezes a despachar - a vida fez-me perceber que eu consigo chamar a atenção com o que o sai de dentro para fora. 
Fomos de viagem de fim de ano com os nossos alunos para o meio da serra. Tínhamos 3 dias de atividades orientadas por uma empresa de animação e o nosso chefe (meu e das colegas que foram comigo) sempre nos disse que nós íamos para lá para descansar, não tínhamos que fazer nada com os miúdos porque havia lá pessoal contratado para isso. E assim foi. Nada fizemos. Rimos, conversámos, apanhámos sol, tirámos fotos, mandámos bocas aos monitores - sim, eu estava livre e gostei de encavacar um miúdo de 18 anos que lá andava com uma carinha gira. Ao fim do segundo dia houve troca de coordenador de monitores. Eu não sou pessoa de tirar as medidas a ninguém e era normal entrar e sair gente ali daquele espaço que eu não conhecia. Vi um senhor engravatado a falar com o meu chefe e não liguei. Continuei a minha vida - andava a gravar vídeos cómicos com uma coroa na cabeça, a fazer umas belas figurinhas. Pois que mais tarde esse dito senhor engravatado (já de calça de ganga e ténis) se veio apresentar com um sorriso de orelha a orelha: "Bem, já que ninguém nos apresenta, eu apresento-me. O meu nome é Miguel e sou o novo coordenador. Vocês são as professoras dos meninos, certo?" "Certo!" - dissemos nós. Demos 2 beijinhos ao senhor e eu pedi para não nos tratar por você porque não éramos assim tão velhas! Começou aqui... Teimando que éramos mais velhas, com certeza. Falava ele, cheio de cabelos brancos. Daqui em diante fui constantemente bombardeada... A minha colega só se ria e eu nem queria acreditar naquilo. Tentei ir dormir mas ele foi lá bater à porta... Tentei dormir novamente e ele abriu-me a janela e mandou-me um bilhete lá para dentro... Tentei descansar mais na manhã seguinte e ele entrou-me no quarto a tocar vuvuzela... Tive que me levantar e aparecer à janela com um lenço branco enquanto ele sorria de orelha a orelha. Foi convidar-me para fazer slide com os miúdos mas com uma noite tão mal dormida o meu humor estava péssimo. Aquele era o último dia ali. Depois de um clima notório para todos os presentes, ele foi embora e deixou-me um cartão da empresa onde trabalha com a desculpa de me arranjar um telemóvel - porque ele tem muitos e o meu estava estragado. "Depois manda-me uma mensagem com o teu número e falamos. Mas não me mandes mensagem logo assim que eu sair ali pelo portão!" Ele foi embora e eu fiquei na serra para ajudar num evento que ia acontecer lá no dia seguinte. Mandei-lhe a primeira mensagem à uma da manhã... E no dia seguinte trocámos 60 mensagens. Assim continuámos durante o resto da semana mas ele já me tinha dito que não nos podíamos apaixonar. Achei aquilo estranho e disse-lhe isso. Ele repetiu "não nos podemos apaixonar" e eu deixei-me estar na mesma... As conversas continuaram sempre no mesmo tom de querer conhecer melhor até que surgiu a primeira conversa telefónica - 3 horas - e o convite para um café. O café estendeu-se até às 4h da manhã e ele contou-me o desgosto da vida dele - que era em tudo semelhante ao meu. "Olha que dois se juntaram aqui!, pensei eu! As coisas continuaram neste tom até que eu voltei a ir até à serra onde ele estava a trabalhar como coordenador. Agora imaginem o que é alguém por quem estamos fascinadas, alguém que parece ser a melhor pessoa do mundo, super sincero e frontal, dizer-nos em frente de uma lareira, com uma viola nos braços, que está apaixonado por nós... Eu fiquei parva e achei que ele estava a brincar. Deixei-me rir e devo ter perguntado qualquer coisa como "estás a falar a sério?!" Eu não acreditava em mim, como devem calcular... Por isso era difícil aceitar/acreditar que aquilo era real. Mas eu disse-lhe que não estava apaixonada. Sentia-me fascinada mas não me sentia apaixonada e como ele tinha posto aquele "bloqueio"... Ele explicou-se dizendo que aquilo foi mais uma imposição para ele porque percebeu logo que corria perigo. 
Essa noite da declaração foi surreal. Eu estava carente, estava num sítio espetacular e tinha 1,83m a dizer-me que estava apanhadinho por mim. Começou aqui a minha experiência big brother, como tantas vezes lhe chamámos. Os dois numa casa de pedra, mesmo à filme, no meio de uma serra linda, sem sinais de vida citadina... Tudo o que os dois gostávamos. Dormimos juntos todas as noites mas nunca aconteceu nada entre nós. Só abraços e carinhos muito softs e muita, muita conversa. Dois adultos na mesma cama que não fazem mais nada além de conversar e abraçarem-se como se não houvesse amanhã. Alguém disse aqui que percorreu o contorno das sobrancelhas... Eu também lhe fiz isso vezes e vezes sem conta (e ele dizia-me: "sim, podes gozar, eu faço as sobrancelhas") enquanto o ouvia. Ele estava trabalhar na serra durante 3 semanas seguidas e não podia sair de lá. Eu fui para lá sempre que pude e a sensação de paz era sempre a mesma. Ele inspirava-me calma e aquilo mexia comigo de uma forma muito estranha porque nunca, jamais, em tempo algum me imaginei dividir uma cama com alguém que não conheço. Mas ele era diferente. As coisas com ele faziam-me sentido. Tudo entre nós fazia sentido mas ele ia embora dali e a vida na casa de pedra ia acabar. A cidade esperava por nós. Tínhamos receio da realidade mas tudo se encaminhou bem. Ele continuou a ser a mesma pessoa. Ia visitar-me quando podia, íamos jantar... Coisas que ainda não tínhamos feito porque estávamos na serra - onde ele trabalha quando tira férias do seu trabalho real - numa grande empresa nacional, onde se stressa muito, onde passa muito tempo, onde tem que andar todo engravatado. Chegaram as minhas férias e eu fui para casa dos meus pais. Tentámos despedir-nos mas não deu. Fui embora e ele voltou para a serra no final dessa semana. Ficámos mais distantes porque o trabalho lá também é muito exigente - e eu compreendo. Mas a estadia na serra acabou e ele deixou de responder às mensagens, deixou de ligar. Eu não insisti. Já me tinha magoado uma vez, já tinha corrido atrás de uma pessoa por quem eu achava que devia correr e, por isso, achei que devia ficar quieta. O homem que me disse que sentia certezas comigo que nunca tinha sentido com mais ninguém,o homem que me disse várias vezes que tinha vontade de fazer amor comigo mas que achava que era cedo e que, se esperássemos, podia ser ainda mais especial, o homem a quem perguntei: "mas quando é que me deixas dar-te um beijo a sério?" e me disse "não sei", o homem que me disse: "eu considero-me uma pessoa feliz mas nunca me tinha sentido assim", decidiu desaparecer sem dizer nada... Depois de me dizer que nunca me iria abandonar por uma coisa pouca... Nunca entendi. Mas uma coisa é certa: nós os dois juntos tínhamos uma força brutal, sentíamos uma segurança que não se descreve, só se sente. E eu, uma insegura, uma pessoa que não se deixa conduzir, com ele ia na boa, sem medo. Eu confiava mesmo e não vos consigo explicar como é que eu confiei em alguém que mal conhecia. Mas era um sentimento mútuo. 
Falei com ele uns meses depois... Como? Via facebook! Este GRANDE meio de comunicação - cobarde, muitas vezes. Falei com ele na boa mas garanto-vos que continuei sem entender o que se passou. Ele já tentou falar comigo, já me ligou várias vezes e mandou mensagens. Reconheceu que errou e pediu desculpa.... Mas quem abandona uma vez pode muito bem abandonar duas, não é? Pois... O que me irrita no meio disto tudo é que, passado este tempo, e ainda há um mês falei com ele por telemóvel (no dia em que ele apareceu no meu trabalho para uma reunião com o meu chefe - a única vez que o vi desde então) , a voz dele continua a inspirar-me calma e segurança. E isso irrita-me porque eu não queria sentir isso. 
Eu não acredito em coincidências... Não sei o que o futuro me reserva mas a lição que tiro disto até agora é que ele me mostrou que eu consigo despertar o interesse de um homem, que continuo a ser uma mulher, apesar de ele não ter conhecido nem metade. Não lhe desejo nada de mal, muito pelo contrário. Ele só me fez bem e guardo-o no meu coração junto da imagem da casa com jardim que ele me perguntou se podia mandar construir para nós. Embalo esta história na cadeira de baloiço do quarto do sótão que ele disse que podíamos ter, porque eu disse que gostava. Foi efémero, mas... Enquanto durou foi apenas, e só, lindo.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cá está mais uma linda história:


Conhecemo-nos no 6º ano. Era a altura dos namoros a brincar e eu quase todos os dias gostava de um menino diferente e não tinha problemas nenhuns em chegar ao pé de qualquer um deles e dizer "Gosto de ti! Queres namorar comigo?". Menos com ele. Já não sei como aconteceu, mas ele tinha vindo de França para viver em Portugal com os pais e lembro-me de me sentar ao seu lado e falarmos da Disneyland Paris. Eu sempre muito nervosa que ele se fartasse do assunto e ele, sei-o agora, a sentir o mesmo. Nunca lhe consegui dizer que gostava dele e por isso pedi a uma amiga que lhe fosse contar. Mal ela o fez senti que morria literalmente de vergonha. E se ele não gostasse de mim? Mas gostava e disse-mo. Pedi-o em namoro e namorámos um mês e meio (o que naquela altura era imeeeenso). Tinha 11 anos e tinha encontrado o amor da minha vida. Mas eramos crianças e não podíamos levar um amor tão sério e por isso o namoro acabou. Ele mudou de escola e eu nunca mais o vi nem tive notícias. Telemóveis na altura não existiam. :)
Ao longo dos anos tive as minhas paixões mas quando alguém me perguntava como seria o homem perfeito fisicamente, descrevia alguém igual a ele, sem me aperceber. Nunca mais tinha pensado nele.
Quando já andava no 3º ano da Universidade, numa festa de anos de uma amiga, reparei numa moldura que ela tinha com a nossa turma do 6º ano, à qual ela também tinha pertencido. Nessa foto, eu estava ao lado dele. E ela comentou "Olha tu e o Príncipe da tua vida". Ri-me. Está bem, está!
Uma semana depois, estava em casa dos meus pais a passar o fim-de-semana e o telefone toca. Era ele. Tinha regressado de França, para onde tinha voltado uns anos depois de nos separarmos, e como ainda tinha o número de casa que eu lhe tinha dado anos antes, tinha ganho coragem e tentado encontrar-me. Trocámos mensagens, combinamos um café. Quando fui ter com ele, admito, ia tão nervosa como se tivesse novamente 11 anos. E soube, mal o vi, ao longe, que estava tramada: tinha-me apaixonado outra vez por ele. E se ele não gostasse de mim??
Estivemos juntos 3h. Ao fim da primeira hora, já estávamos de mãos dadas como se não se tivessem passado anos nenhuns. Ao fim de 3h demos o nosso primeiro beijo.
Este é apenas o início da minha história. Este reencontro aconteceu há mais de 7 anos. Hoje ainda estamos juntos. :)
P.s. Quando nos reencontrámos, descobrimos que ambos guardavamos ainda as prendas que tínhamos oferecido um ao outro quando eramos crianças. Nunca nenhum de nós conseguiu deita-las fora. Assim como ele guardou sempre aquele número de telefone da menina de quem tinha gostado no 6º ano. Acho que era o destino

domingo, 29 de abril de 2012