sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cá está mais uma história:

Poderia ter sido uma história de amor, mas não foi. Devia ter percebido quando se auto-intitulava de “special one” . Ninguém com uma apresentação dessas deve ser levado em conta, em momento nenhum. A verdade é que tudo começou sem que nada o fizesse prever. Os primeiros olhares, os primeiros risos, as primeiras palavras, que, aqui entre nós, de intencionais não tiveram nada. Aquela pessoa que sempre esteve ali tão perto e ao mesmo tempo tao invisível., agora estava a fazer palpitar o meu coração. Eu fui atrás, queria perceber de onde vinha aquilo, quem era aquela pessoa que tantas vezes esteve ao meu lado sem eu nunca ter reparado nisso. As conversas desenrolaram-se, foi demasiado fácil, a comunicação era o seu ponto forte. Falava por ele e por mim. O sentido de humor era dos melhores que já tinha conhecido Ficava fascinada com horas e horas de conversas escritas pelo FB, quase até à hora de acordar no dia seguinte. Havia demasiadas coincidências, muitas coisas em comum, a mesma música, o mesmo desporto, os mesmos quereres. Durou umas poucas semanas esta fase de, sei lá, parvoíce. Era parvo mas era giro, era querer que o dia seguinte fosse cada vez melhor. Era adormecer com o telemóvel ao lado enquanto esperava por um beijinho de boa noite. Era sorrir com aquela punch line mais conhecida que o tremoço mas que tinha sempre piada. Era tentar fazer dos momentos que estávamos juntos, únicos, sempre a pensar que poderia ser o ultimo. Desde o início tinha essa ideia, tal como começou, seria demasiado fácil desaparecer também. Não queria deixar fugir aqueles bocadinhos pequeninos, por mais insignificantes que fossem. Eram nossos, só nossos. Depois daquele dia de Natal, foi sempre a decair. Poucas palavras, muito menos encontros. Desculpas, umas mais sinceras que outras. Já não era a mesma pessoa que me fazia sorrir, esta pessoa fazia-me chorar. Tinha-me habituado a uma coisa e estava a dar-me outra completamente diferente e que eu não queria. Nunca lhe disse o que sentia, no fundo sei que também não ia mudar nada, nesta altura já queríamos coisas diferentes. No inicio tentei perceber o que se passava até que a muito custo cheguei ao ponto do não vale a pena. Nunca desliguei por completo porque ia sabendo de coisas que não queria saber e que impediu que fizesse o luto definitivo. Passaram quase seis meses desde aquele dia de natal, meses sem nos cruzarmos mesmo vendo a casa dele pela minha janela, e reencontrei-o. Tudo nesse dia pareceu acontecer de modo propositado. O ter ficado sozinha, o jantar que não estava combinado, o carro que não estava na garagem, o café que me apeteceu tomar no sítio de sempre, e depois o ligar o chat do FB que estava desligado há meses. Bastou cinco minutos e nem olhei para trás. É claro que o que aconteceu a seguir foi eu a dizer-me dia após dia que não ia ser igual, que conseguia controlar o que sentia, que era muito forte, bla bla bla e que seria capaz de ser o ombro amigo. Tretas. Tentei, não fui capaz. O que ele queria não era isso. Apaixonei-me por ele duas vezes. Da segunda vez disse-lhe, mas achei naquele momento que estava a falar para uma parede e para falar com paredes falo com as do meu quarto que já são familiares. Poucas vezes nos vimos depois disso, quando quero desaparecer e não ser vista sou muito boa a faze-lo. Ainda hoje não sei se me enganei em relação a ele ou não. Ainda hoje não sei se aquele sorriso pelo qual me apaixonei era sincero ou não. Ainda hoje não sei se realmente estive apaixonada ou não.A única certeza que tenho é ele é das melhores pessoas que já conheci. Poderia ter sido uma história de amor, mas não foi...

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