quinta-feira, 12 de abril de 2012

Mais uma história de amor. Será que há duas sem três?

Em 2009 conheci um rapaz fantástico, eu era uma miúda, ele chamava-se Rodrigo, para mim ele era um homem, nada que se comparasse aos meus ex's. Trabalhava, tinha outro tipo de preocupações, era carinhoso, bom amigo, divertido. Cada vez que olhava para ele só conseguia ver qualidades. Sempre tínhamos mantido uma relação de meros conhecidos, frequentávamos o mesmo café, falávamos de assuntos triviais. Mas tudo mudou quando um amigo comum nos pediu ajuda para trabalhar num bar que tinha alugado numa discoteca, não chegou a acontecer nada nessa noite, mas ambos sentimos que havia ali qualquer coisa, e os olhares que trocávamos eram cada vez mais intensos, daqueles que nos arrepiam a espinha. A partir dessa noite aproximamo-nos mais e começamos a sair mais vezes em grupo, algumas vezes sozinhos, levava-me a tomar café ao sitio que só eu sei o quanto gosto. Ele era espetacular e davamo-nos bem. O tempo passava e as coisas mudavam cá dentro, já era mais do que uma amizade para ambos. Olhava para ele e pensava ter conhecido o grande amor da minha vida, aquela pessoa por quem eu daria tudo para ficarmos juntos...
Só que essa pessoa acabou por me desiludir após se ter aproximado de mim, de me fazer crer que poderíamos ser felizes, passou a noite de ano novo comigo e depois praticamente se apagou da minha vida sem qualquer justificação. Afirmava apenas que não se sentia preparado para assumir nada. Claro que naqueles tempos senti-me usada e muito em baixo pois a pessoa que eu mais venerava parecia ter-se transformado numa pessoa cruel e sem coração. Doía. Mas segui em frente.
Em 2011 assumi uma relação que me fazia feliz, durou um ano e alguns meses. Eles eram conhecidos, o que possivelmente o afastava ainda mais de mim... até que uma noite chateei-me com o meu namorado dei por mim a ir para um bar com a minha melhor amiga, com o namorado dela e com a tal pessoa que, por ventura é o melhor amigo do namorado da minha melhor amiga... Essa noite, bem... essa noite foi horrível para mim... ele foi capaz de quase me fazer deitar fora em segundos uma relação que tinha sido construída ao longo do tempo, apenas com pequenas palavras que me cortaram a respiração "eu fui um estupido em ter perdido uma mulher como tu, perdi mesmo uma grande mulher, e nunca te dei o devido valor...", ia continuar com o discurso só que eu não quis nem ouvir mais nada, talvez tivesse sido cobarde, no fundo tinha até medo de descobrir que era ele que de facto ainda mexia comigo. Saí porta fora do carro e mesmo com ele a pedir-me que ficasse virei-lhe costas e fui ter com o meu namorado. Achava eu que esquecia aquelas palavras, mas elas ficaram durante imenso tempo a passar em rodapé na minha cabeça, uma parte de mim ainda queria saber o que ele teria dito a seguir caso não tivesse fugido dali.
No entanto com o passar do tempo a minha relação não estava bem, aliás, estava mesmo prestes a acabar. De relação saudável passou a relação onde eu me sentia mal, presa e controlada, precisava de me libertar. As coisas começaram a ficar feias, descontroladas. Nunca pensei que a pessoa que eu tinha ao meu lado
tivesse tais atitudes, chegou até a bater num amigo meu, por me dar demasiado bem com ele. Momentos que quero apagar da minha vida. Quis acabar as coisas da melhor forma, mas depois desta atitude nunca mais o quis ver nem ouvir. Ignorei-o completamente. Para mim tinha morrido. Nunca poderia estar ao lado de alguém que aprisiona e que destabiliza os meus.
Depois de sair desta relação, o Rodrigo voltou a aparecer à minha frente quase tão depressa como tinha desaparecido em 2009. Não posso dizer que a minha relação tenha acabado por causa dele, porque se o fizesse estaria a mentir, simplesmente já não era de todo saudável. Ele praticamente "caiu do céu" e nos meus braços, aproximamo-nos de novo, voltamos a ter aquelas conversas que eu gostava tanto e que só tinha com ele, trocávamos mensagens super giras, passamos algum tempo juntos, explicou-se e pediu-me desculpas por tudo o que me tinha feito passar no passado, consegui perdoar tudo até porque naquele momento os meus olhos apenas viam de novo aquele que para mim era o homem da minha vida e não aquele que tinha desaparecido e me tinha magoado tanto.
Estava feliz desde aqui até à lua, preparou-me uma noite surpresa, levou-me a jantar a um sitio lindo, reconfortante, maravilhoso no local que mais amo neste país, dormimos juntos num sitio fantástico e inesquecível. Ao acordar tomamos o pequeno almoço à beira mar. Naquela noite e manhã estava a viver um dos momentos mais felizes da minha vida, mas no entanto também estranhava, era tudo tão recente em relação ao final da minha relação e nunca tínhamos estado assim antes... tão próximos. Nunca. Desta vez as coisas pareciam bem sérias, ele olhava para mim e sempre que falava parecia imaginar um futuro nosso, eu existia nesse futuro e estava com ele ao lado dele. Eu pensava mais no momento e no agora, mas fascinou-me, afinal aquela pessoa que tinha passado na minha vida e que me tinha magoado ao sair dela, estava agora a falar de futuro conjugado na 3ª pessoa do plural, era boa música para os meus ouvidos.
Mas continuávamos com um grande problema. O outro lado da situação, o fim da minha relação, sentia-me com certezas de tudo mas no entanto o Rodrigo conhecia o meu ex, era o melhor amigo do irmão dele. Era uma grande confusão. Tentávamos nem sequer falar nisso.

Num jantar ele disse-me de lágrimas nos olhos: "isto podia ser tão diferente se nunca te tivesse deixado em 2009, agora as coisas são tão complicadas...", quando me veio com esta conversa mudei logo de tema, porra não estava a conseguir ouvir aquilo que era a realidade nua e crua. Agora não sei se ele foi muito bom ator ou se foi a altura que vi mais sinceridade nos olhos dele.
O Rodrigo demonstrava pelo menos nesses tempos ser uma pessoa insegura, com um trabalho que o preocupava, problemas familiares, tornava-se muito instável. Acho que ele queria atingir com tanta rapidez o pico da estabilidade que acabava por perdê-la sem se dar conta. Mesmo assim tudo me parecia perfeito até descobrir que o meu ex-namorado se passou de vez, mesmo mantendo tudo o que estava a passar com o amor da minha vida em segredo, o psicopata começou a fazer filmes entre mim e qualquer outra pessoa e claro também o fez com ele, digamos que com ele sim era até compreensível, nunca lhe tinha escondido o que se tinha passado entre mim e rodrigo em 2009, mas também lhe demonstrei que tinha sido uma coisa sem importância - pelo menos na atura era nisso que eu queria acreditar.  A atitude dele foi intolerável, decidiu fazer uma loucura, estupidamente foi falar com o Rodrigo pedindo satisfações, dizendo que sabia que estávamos juntos, o que na realidade acontecia mesmo, mas eu nunca tinha contado, afinal já não namorava com ele. Tinha guardado tudo apenas para mim. A atitude dele foi somente para "colar o barro à parede", única e exclusivamente para saber se eu e o Rodrigo nos tínhamos reaproximado.
Acabou por me infernizar a vida e como se isso não bastasse, voltei a apanhar uma desilusão, esta sim a maior da minha vida, doeu muito mais. A pessoa que eu amava voltou a dizer que não se sentia nada preparado para tudo aquilo, não gostava de problemas... por um lado eu compreendia-o, a situação dele era complicada, eles eram amigos, mais os problemas de trabalho, mais problemas familiares, mais a instabilidade crónica. Acabou por explodir e pediu para que não nos encontrarmos mais. Eu? Eu fiquei completamente de rastos, já era mau de mais ser perseguida pelos problemas psicologicos do meu ex, tinha perdido o meu amor e ainda por cima ele também não ia estar ali nem para me apoiar como um simples amigo. Oh vida que soma e segue...
Temo-nos cruzado algumas vezes, poucas, numa delas quase nos beijamos numa discoteca, mas... seguimos rumos diferentes. Não podia magoar-me mais. Afastei-me de todos os amigos em comum. Afastei-me fisicamente ainda mais dele e tento fazê-lo psicologicamente.
A verdade é que continuo a pensar nele todos dias. Imagino como tudo poderia ter sido diferente se as coisas não tivessem acontecido daquela forma. Não tenciono voltar a deixar que se aproxime, até porque acho que voltaria a magoar-me se esta lenga-lenga se repetisse. Ainda por cima sempre ouvi que não há duas sem três e tremo só de pensar nisso. Sei que por um lado se voltássemos ele seria o outra vez o meu conto de fadas mas pelo outro também sei que nunca terminaria com o "E foram felizes para sempre" .


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